Portugal: O Grande Stupa da Auspiciosidade – Alcácer do Sal

| 06-07-2016

Santa Susana (Alcacér do Sal) | 15 Julho, 2016

   O Grande Stupa da Auspiciosidade – Alcácer do Sal por Comunidade Guhya Mantrika – Escola Nyingma do Budismo Tibetano em Santa Susana (Alcacér do Sal) – Alentejo.

O Centro de Retiros e de Meditação Tubthen Puntsok Gephel Ling na tradição do Budismo Tibetano, construído há cerca de dois anos e localizado entre Alcácer do Sal e Montemor (Alentejo), tem projectada a construção de um Stupa – um monumento que simboliza a Iluminação Última – designado “O Grande Stupa da Auspiciosidade”.

Este Stupa (Sânscrito) ou Chörten (Tibetano), terá uma forma particular, conhecida por Tashi Gomang Chörten, que é uma celebração dos Ensinamentos do Dharma tal como foram transmitidos pelo Buda histórico, Siddharta Gautama, conhecido por Buda Shakyamuni.

Existe em curso uma angariação de fundos para ajudar a construir este Stupa. Veja como contribuir para o projecto do Stupa.

Leia mais a seguir sobre o que é um Stupa, a sua origem, e sobre o Centro de Retiros Tubthen Puntsok Gephel Ling.

1) Breve apresentação do projecto do Stupa
2) A Origem do Stupa – O seu simbolismo na Cultura Budista Tibetana
3) Como surgiu e o que representa um Stupa?
4) Propósitos para a construção de um Stupa
5) Benefícios e Bênçãos do Stupa
6) Características do Stupa Tashi Gomang
7) Sobre o Local da construção do Stupa – O Centro de Retiros Thubten Phuntsog Gephel Ling
8) Como contribuir para o projecto do Stupa

1) O grande Stupa da Auspiciosidade

O Tubthen Puntsok Gephel Ling, ou em português «A Ilha onde os Ensinamentos do Buda estão Completamente Presentes, difundindo assim Virtude», nome este atribuído por Sua Santidade Taklung Tsetrul Rinpoché, o Mestre Supremo da Tradição Nyingmapa, iniciou recentemente um projecto de enorme influência: a contrução de um stupa como símbolo da mente dos Budas.

Conhecida por Tashi Gomang Chörten, esta forma particular de Stupa é uma celebração dos Ensinamentos do Dharma por Buda Shakyamuni.

É particularmente apropriado celebrar o facto de aqueles incríveis e preciosos Ensinamentos se terem espalhado pelo mundo e ainda estarem disponíveis até aos nossos tempos.

Por este motivo, e muitos outros, tencionamos construir um dos mais altos stupas alguma vez construídos no mundo ocidental. Terá 16 metros de altura e conterá um templo no piso térreo dedicado às acções e Ensinamentos do Buda. Este templo será um local especial para dar votos de refúgio, bem como votos de libertação pessoal e outro tipo de transmissões. Será igualmente um local onde o Budismo será ensinado.



2) A Origem do Stupa – O seu simbolismo na Cultura Budista Tibetana

Depois da morte ou Paranirvana de Buda, o seu corpo foi cremada e os fragmentos, restos de ossos, dentes, cabelo e roupa, foram distribuídos pelo mundo Budista como relíquias. Estes foram primeiro colocados no topo de altos montículos que gradualmente se foram transformando em estruturas solidamente construídas, às quais chamaram stupas. Os protótipos de todos os dagobas, pagodes e os chörtens tibetanos, mesmo sem relíquias no seu interior, tornaram-se em puros símbolos da Iluminação Última. Existem várias definições, umas mais completas que outras, para o simbolismo dado a um stupa.

O stupa representa o Buda coroado e sentado em postura de meditação, num trono de leões. A sua coroa é a cúspide da estrutura, a sua cabeça é o quadrado da base da cúspide, o seu corpo é a abobada, as suas pernas os quatro degraus inferiores e a base quadrangular representa o trono.

Stupa: Buda coroado e sentado em postura de meditação

O stupa também representa os 5 elementos e a sua relação com a mente Iluminada. Estes são os atributos essenciais de um ser plenamente realizado: a base do stupa significa a terra e a equanimidade, a abobada a água e a indestrutibilidade, a espiral significa o fogo e a compaixão, acima destas, encontra-se o símbolo do vento e da acção que tudo realiza e no topo, a jóia que representa o espaço e a consciência omnipresente. Deste modo o stupa é um mandala, um design sagrado que contém todas estas qualidades iluminadas.

No Tibete a construção de stupas tornou-se uma parte integral da vida espiritual e o simbolismo é tão vasto e complexo que é um tanto ou quanto ridículo tentar simplifica-lo aqui. Todas as partes visíveis de um stupa têm um significado específico, ainda assim esta explicação é meramente superficial; no seu interior são dispostos livros de escrituras e relíquias em posições bem definidas, cada um destes elementos é vivificado por um sentido simbólico.

Existem vários tipos de stupas e dois motivos para a sua construção após a morte de Buda Shakyamuni; o primeiro para comemorar os Oito Grande Feitos da sua vida e o segundo, para servir de relicário aos seus restos mortais.

Começando pelo princípio, no Budismo Mahayana a generosidade é o primeiro dos Seis Paramitas – Perfeições e dentro das diferentes categorias de dádiva nenhuma é mais elevada ou se compara à doação do Dharma. Como um stupa representa a mente do Buda, a pessoa que contribui para a sua construção dando algo de si, da sua riqueza ou esforço, envolve-se assim num acto de compaixão. Nesse preciso momento está a colocar os outros acima dos seus interesses pessoais, desta forma construir um stupa ou contribuir de qualquer modo para a existência de um, é considerado um acto virtuoso.

Este monumento é uma estrutura física que invoca o desejo de paz e harmonia.

O Buda disse: “Quem quer que veja um destes stupas será liberto pela visão. Sentir a brisa que passa pelo stupa liberta-nos pelo tacto. O som dos pequenos sinos pendurados no stupa liberta-nos pela audição e ao lembrarmo-nos deste, libertamo-nos através da memória”.

O stupa que é um relicário para os restos mortais de um Lama é simultaneamente uma memória vívida deste e a corporificação do estado Desperto nos seus aspectos de Pureza e Omnipresença. Quando um grande Ser morre, o seu corpo deixa de existir mas, para indicar que a sua Mente permanece para sempre no estado imutável do Dharmakaya então, construímos um stupa como símbolo da Mente dos Budas.

Tal como é transmitido nos Ensinamentos, todo e cada aspecto do corpo físico de um Buda é permeado pela Iluminação, assim sendo, mesmo após a cremação os restos mortais de um Lama, são considerados sagrados porque são a essência destilada da sua forma física, assim eles próprios são uma corporificação do estado Iluminado. Sendo o stupa preenchido com tais substâncias é assim considerado como uma poderosa fonte que jorra permanentemente bênçãos. É dito que ao venerar um stupa nestas condições poderemos simbolicamente encontrar o Lama e que o impacto visual de tal monumento trás uma experiência directa do Despertar.

Actualmente a construção de stupas continua, não só pelas razões explicadas ao longo do texto, como também pela sua capacidade secular de libertar os seres sencientes, só porque são vistos.

3) Como surgiu e o que representa um Stupa?

O Mahaparanirvana sutra diz-nos que o próprio Buda Shakyamuni descreveu as formas básicas de um stupa antes de entrar em Paranirvana, dando instruções sobre o que fazer com o seu corpo após a sua eminente morte e subsequente cremação.

Os discípulos perguntaram-lhe então o que fazer com as cinzas, consideradas com outros reminiscentes, relíquias sagradas. O Buda disse-lhes então que deveriam colocá-las em sacrários erguidos em quatro lugares sagrados que marcavam etapas do seu percurso:

– Lumbini, o seu local de nascimento
– Bodhgaya, o local da Iluminação
– Sarnath, o local do primeiro Ensinamento público
– Kushinagar, o local do falecimento

Ele próprio demonstrou a forma do stupa, ao de forma muito prática construir um modelo do stupa ao dobrar o seu manto em quatro formando um quadrado. Sobre esta base colocou a sua tigela de mendicância invertida e disse que os stupas deviam ter esta base como construção.

4) Propósitos para a construção de um Stupa

É dito haver dez propósitos tradicionais para construir um stupa:

1 – Como memorial de um Mestre
2 – Como relicário para preservar as relíquias de seres realizados
3 – Como polo magnetizador de energia iluminada
4 – Criar condições para o renascimento dos Mestres
5 – Para promover longevidade
6 – Para promover paz e harmonia
7 – Para promover/atrair prosperidade
8 – Para prevenir invasões de exércitos
9 – Para purificar doenças, pestes e desequilíbrios físicos e mentais
10 – Para ajudar a atingir a Iluminação

5) Benefícios e Bênçãos do Stupa

Sempre e cada vez que se olha para um stupa mas também para imagens dos Budas e Escrituras, a semente da libertação e Iluminação é plantada em nós. Porém não só esta impressão positiva é deixada no nosso contínuo mental como purifica a mente, criando em nós as condições para nesta vida ou numa próxima encontrarmos o Dharma, realizarmos a sabedoria de ouvir, reflectir e meditar, trilhar assim todas as etapas do caminho do Sutra e do Tantra e realizar a nossa verdadeira natureza, o estado de Buda.

Assim, podemos dizer que o stupa tem o poder de afectar as nossas mentes ao lhes deixar impressões, ou marcas e tendências, positivas.

Uma vez que tudo o que vemos cria impressões na mente, por exemplo quando vemos televisão ou olhamos horas a fio para redes sociais no computador; quando vemos um filme ou damos um passeio,e dependendo da forma como olhamos e vemos, tudo isto deixará impressões positivas ou negativas nas nossas mentes; assim não há razão para estranhar que um stupa deixe impressões na nossa mente.

A diferença fundamental é que um objecto sagrado como um stupa só deixa impressões positivas e ilimitados benefícios.

Assim, o propósito de se construírem stupas é beneficiar a vida de todos os seres; e todos os que virem o stupa terão muitos benefícios, entre eles:

– Purificar a mente
– Acumulação de mérito, ou condições conducentes à felicidade e sucesso
– Ajudará a cuidar enfermidades: do corpo e da mente
– Entre muitos outros… como ajudar a preservar o Mahayana
Existem ainda muitos outros benefícios advindos de práticas relacionadas com o stupa.

KYABJE TRULSHIG RINPOCHE acerca dos Benefícios dos Stupas



6) O Tashi Gomang Chörten

Um stupa representa a mente iluminada dos Budas, Dharmakaya, e cada parte constituinte de um Stupa mostra o caminho para a Iluminação. Construir um stupa é uma forma muito poderosa de purificar karma negativo e obscurecimentos, e de acumular extenso mérito. Desta forma podemos ter realizações do caminho para a Iluminação e ser capazes de realizar um trabalho perfeito para libertar os seres sencientes em sofrimento, que igualam céu, guiando-os para a felicidade inigualável da Iluminação, que é o objectivo último da nossa vida.

O nosso Stupa:

O relicário na parte superior do templo, o qual não será acessível, conterá o Kangyur completo (103 volumes do Sutra e Tantra) e Tengyur (216 volumes dos Shastras) bem como relíquias e objectos especialmente abençoados.

A torre irá conter mil “tsatsa” representando cada um dos cem stupas; ou seja cem mil stupas, com terra dos locais sagrados de peregrinação Budista.

Este extraordinário monumento Budista será o símbolo do Budismo a criar raízes da Europa Ocidental. Trata-se de um grande passo no estabelecimento do Dharma e na preservação da sua pureza no futuro. O templo contribuirá para a preservação genuína e intocada da tradição Budista, não só na Europa, mas em todo o mundo.

Buda Shakyamuni

7) O Centro de Retiros

O Stupa Tashi Gomang estará inserido no Centro de Retiros Tubthen Puntsok Gephel Ling, estabelecido numa herdade com cerca de 63 hectares de ambiente natural e tranquilo, localizado entre Alcácer do Sal e Montemor.

É parte integrante da activa Comunidade Guhya Mantrika, como tal, mantém programas regulares de Ensinamentos, Meditação, Preces e Práticas Tradicionais, Retiros e Programas Comunitários que visam preservar e transmitir os valores e tradição espiritual do Budismo Vajrayana. A nossa Tradição é a das Linhagens Nyingma e Kagyü do Budismo Tibetano tal como foi desenvolvida e ensinada pelo Guru Rinpoché [Padmasambhava], Mestre Iluminado da Índia e que introduziu o Budismo no Tibete no Século VIII – assim como outros Mestres realizados destas abençoadas Linhagens de Realização.

A direcção e orientação do Centro está sob a responsabilidade dos seus fundadores, o Lama Urgyen Chökyi Dorje e o Lama Gyurme, contando ainda com a colaboração de outros Lamas das Tradições supra mencionadas.

O Tubthen Puntsok Gephel Ling é um espaço sagrado e único no nosso país que providencia a todos os interessados Ensinamentos, Retiros e Workshops na Tradição Espiritual do Budismo Tibetano. Para o visitar não é necessário ser-se Budista: todos os que tenham boa vontade e aspirem a uma vida mais saudável, pacífica e significativa são bem-vindos para usufruírem e partilharem o que a Herdade tem para oferecer.

História

A propriedade, que se tornou no Tubthen Puntsok Gephel Ling, surge como manifestação da visão e aspirações dos Lamas e Sangha (comunidade espiritual) da Comunidade Guhya Mantrika. Aquando da visita do Venerável Lama Chökyi Dorje em Maio de 2010, este partilhou com o Sangha, algo que até então só havia falado com o professor residente, Lama Gyurme: expôs a sua visão e explicou qual a importância de construir em Portugal um «Templo do Palácio Celestial de Padmasambhava» e um Centro de Retiros, mencionando também o seu impacto no desenvolvimento do Dharma no nosso país, nomeadamente através do beneficio incomensurável que trará, não só agora, como também às gerações futuras.

Olhando para os exemplos da Índia e do Tibete, onde os Templos e Mosteiros, com as suas congregações, trouxeram grandes benefícios aos seres, através de susterem e difundirem os ensinamentos do Buda; sentimos que devemos fazer o possível por imitá-los no nosso país.

A nossa aspiração é a criação de uma base extremamente sólida e robusta para o desenvolvimento de uma Comunidade Espiritual Budista Nyingma em Portugal, com todas as possibilidades de estudo e prática, como as que actualmente ainda encontramos no Oriente. Poderemos assim proporcionar às futuras gerações de portugueses (e outros interessados doutras nacionalidades) um treino pleno e completo, de acordo com os três níveis de preceitos: externamente observando os preceitos da Libertação Individual; interiormente mantendo o treino do Bodhisattva; e no no íntimo mais profundo, mantendo a prática do Vajrayana.

O Gephel Ling proporciona ainda, paralelamente, instalações e habitação para retiros tradicionais de acordo com a orientação Nyingma e Kagyü do Budismo Tibetano. Este centro de retiros proporcionará o ambiente perfeito para que indivíduos no nosso país possam ter a gloriosa oportunidade, tal qual têm os praticantes no Oriente e os mais abastados no Ocidente, de praticar em reclusão, corporificando em Portugal as tradições vivas da Linhagem do Dzogchen e do Mahamudra.

No Ocidente, e em Portugal em particular, o Dharma está ainda a dar os primeiros passos na sua difusão. Olhando para o nosso estilo de vida, constatamos que as pessoas estão cada vez mais ocupadas, extremamente envoltas no mundo do trabalho e muito absorvidas nas suas actividades diárias. Parece-nos que a prática num centro de retiro seria boa para muitos de nós, uma vez que nos permite dedicar totalmente à prática durante três anos. Adviriam daí incríveis benefícios para o Dharma e para as nossas gentes.

O Centro de Retiros pretende também proporcionar reclusões de estudo e meditação de menor tempo. É possível fazer retiros de semanas ou meses, e não apenas de anos. O resultado final será sempre diferente, mas sem dúvida adaptável e útil à nossa vida moderna.

Assim, como resultado das aspirações, foi encontrado um belo espaço natural e, em Maio de 2013, começaram as negociações para a sua aquisição. Agora o Centro de Retiros e a base do Projecto do Templo são uma realidade a desvelar-se frente aos nossos olhos.

Tubthen Puntsok Gephel Ling – Contactos

Estamos localizados na área de Alcácer do Sal, a 20 minutos, numa zona de grandes arrozais, barragens e praias fluviais, a 30 minutos do Litoral Alentejano e das praias da Comporta. O clima é ameno e a 10 minutos da Vila de Santa Susana e de São Cristovão. A pouco mais está a Barragem do Pego do Altar entre outras lindas paisagens.

Estrada Nacional 253
Herdade Corte Pereiro
7580-247 Santa Susana
Alcacér do Sal – Portugal
Coordenadas: 38.486402,-8.359611
tpgephelling@gmail.com
Tel: (00) 351 – 26 510 21 62
Mob: (00) 351- 91 213 93 53.


Início: Sex, 15-Jul-2016
Email: tpgephelling@gmail.com – Web: www.gephelling.org – T: 91 213 93 53


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