O que é a Evolução Consciente ? Por Peter Bampton

| 11-03-2012

Para compreender o que é a Evolução Consciente primeiro temos que descobrir a verdade da unidade. O que significa isto? Significa que através de alguma experiência, intuição, caminho ou prática chegamos à convicção de que, ao nível mais profundo e mais fundamental de quem somos, todos os seres humanos são UM SÓ. De facto, toda a explosão de Vida é UM Todo miraculoso, misterioso e interconectado, mesmo que pareça (e nós pareçamos) fragmentado e caótico.

Esta descoberta, a qualquer nível que a tenhamos experimentado ou intuído, enche-nos de uma paz profunda e da alegre libertação da tensão existencial. Mesmo que seja só um vislumbre temporário, se formos sinceros, algo muda para sempre no núcleo do nosso ser. Mesmo que nos afastemos disso, de algum modo, nunca o vamos esquecer. Reconhecemos que o nosso sentido-do-ser individual é sinónimo de algo impensavelmente vasto e imensuravelmente BOM, assim como a onda é uma com o oceano. Podemos chamar-lhe a descoberta do Ser – o conhecimento de que estamos unidos com o mistério eterno e transcendente por trás de toda a manifestação. Buda chamou-lhe o “Não-nascido” ou “Nirvana” e o popular sábio contemporâneo Eckhart Tolle chamou-lhe “O Poder do Agora”.

Curso Evolução da Consciência – Porto, Lisboa: Abr-Jun 2012

  • Datas: Dom, 09-Abr-2012, 19h  – Seg, 18-Jun-2012, 19h
  • Onde: Casa Brahma, Porto & Espiral, Lisboa
  • Valor: 150 €

Neste curso irás descobrir um novo caminho espiritual, uma prática e filosofia para os nossos tempos – abrangendo a liberdade intemporal do despertar espiritual, a vastidão deste cosmos em evolução e, mais importante, a enorme responsabilidade que cada um de nós tem para o seu futuro.

PORTOCasa Brahma: Abril 9, 23, Maio 7, 21, Junho 4, 18: 20h – 22.30h

LISBOAEspiral: Abril 11, 25, Maio 9, 23, Junho 6, 20: 20h – 22.30h



Por isso, outra maneira de dizer isto é que tornamo-nos cientes de que quem somos em última instância não é um indivíduo separado com uma história pessoal e cultural distinta, mas a própria Consciência ou Espírito. Então, o nosso passado cultural e pessoal únicos são vistos como sendo uma parte relativa de quem somos.

No domínio da realidade puramente transcendente, para além do tempo e da criação, a Consciência ou Espírito é completamente pleno e completo e nunca muda. Tradicionalmente a descoberta desta verdade tem-se chamado Iluminação. É o fim do sofrimento e a descoberta da liberdade em relação ao mundo e aos medos e desejos ilusórios do ego separado. A partir desta dimensão, a manifestação da Vida, e todo o Universo, são vistos como um jogo divino sem qualquer propósito inerente. Alguns grandes sábios foram ainda mais longe e afirmaram que não só os desejos e medos do ego separado são uma ilusão, como todo o Universo criado é uma ilusão! Por isso os sábios, os monges, freiras, sadhus e sannayins depois deles, iam até às montanhas, florestas, desertos ou mosteiros ou ashrams para procurar a união com o grandioso Além… um Céu depois do mundo no Ocidente ou um Nirvana transcendente no Oriente! E hoje em dia há muitos estudantes espirituais à procura ainda com esta orientação no mundo…

Mas há outra face da Consciência, o que me trás ao segundo aspecto do que significa a “Evolução Consciente”. Tem a ver com o mundo da forma, da criação, do tu e do eu como seres humanos individualizados e incorporados, que andam e falam. Porque no mundo da forma, tempo e do tornar-se, a Consciência evolui. E então o significado e a expressão da auto-descoberta ou iluminação espiritual evolui connosco.
Alguns poderão dizer que isto é heresia ou ridículo… Como pode a Iluminação ou a Consciência evoluir? Como pode uma não-coisa que é intemporal e transcendente desenvolver-se?

Pode evoluir e evolui de facto porque a Fonte de tudo o que somos não é apenas a paz perfeita da Consciência não-manifesta, é também o fogo criativo da Consciência manifesta em toda a sua multiplicidade e polaridade caótica e gloriosa, que, como sabemos, tem avançado em saltos quânticos desde o BigBang de pura Energia à Matéria à Vida à Mente, num processo estupendo de evolução cósmica que parece estar a avançar numa dada direcção.

Então, será que a Consciência transcendente ou a “Mente de Deus” decidiu criar um Universo em evolução para que pudéssemos trilhar o nosso caminho, ao longo de 14 mil milhões de anos de tentativas e erros tropeçantes, desde a amiba, a dinossauro a chimpanzé, até à eventual descoberta, na forma humana, de que todo o processo que nos produziu é apenas uma grande ilusão sem nenhum propósito e a única maneira de encontrar liberdade espiritual é sair daqui???

Eu acho que não.

No tempo de Buda e dos sábios antigos, quando se pensava que a natureza da vida era um processo cíclico que não avançava em nenhuma direcção, e portanto era fundamentalmente “sofrimento”, esta poderia ser a verdade mais elevada, e por isso, a mais libertadora. Mas no século 21, com tudo o que sabemos sobre a inteligência e direccionalidade que está a guiar todo o processo da criação, esta postura, a um nível fundamental torna-se uma forma de niilismo. Porquê? Porque valoriza a transcendência sobre a imanência, o Ser sobre o Tornar-se. Porque é o abandono da própria força criativa que nos moldou, ao longo de aeons de trabalho duro, até um ponto em que podemos agora, finalmente, tomar responsabilidade pela continuação do Processo.

Que Processo? O Processo de Evolução Divina!

 

O que isto significa? Significa que talvez o Homo sapiens não seja o final, mas que talvez estejamos apenas a começar! Talvez sejamos de facto uma “espécie de transição”? Talvez alguns de nós estejam finalmente a despertar para quem somos realmente, à medida que nos levantamos do sono e da identidade enganada na consciência do ego, não só para o Grandioso Além Intemporal, mas para o aqui e agora, como carne e osso individualizada e embutida com o impulso inspirador do Espírito-em-acção!

Então, a “Evolução Consciente” significa que primeiro temos que nos tornar mais conscientes, de maneira significativa, de que somos UM e não o ego separado. Mas escolhemos não descansar na nossa espiritualidade ou “transcendência do mundo”. Porquê? Porque também nos tornamos conscientes de que o nosso ser individualizado, quando está fundamentalmente livre dos medos e desejos do ego, está aqui como um agente de um vasto processo criativo de Evolução Divina que se importa verdadeiramente em exteriorizar o nosso ainda não-manifesto potencial aqui mesmo, no planeta Terra. Porque de facto importamo-nos realmente, não é? Sabemos que já não faz sentido somente transcender o mundo. O mundo está a chamar pelo nosso empenho, a nossa entrega, o nosso Amor, ao enfrentarmos o rito de passagem desafiante e caótico para um novo estádio do nosso desenvolvimento. Estamos a ser chamados a um tipo de activismo espiritual em que a totalidade de quem somos no século 21 é abarcada e integrada.

Outra maneira muito directa de chegar ao mesmo lugar é simplesmente abrirmo-nos ao facto de que estamos a viver num tempo de crise evolucionária sem precedentes. Se olharmos fundo o suficiente, veremos que a crise é uma crise de consciência. Porquê? Porque é inegável que a vasta maioria dos seres humanos estão embebidos na consciência egoica e são primariamente motivados pelo auto-interesse e é esta a causa de todos os nossos “problemas”, desde os pessoais aos globais.

Quando nos abrimos a isto começamos a sentir um apelo: Evolui ou Morre! A evolução consciente significa simplesmente ser um canal aberto para receber esse apelo (isto é, não evitar a verdade) e estar empenhado na mudança. Que mudança? Uma mudança na consciência. Descobrimos esta plenitude de libertação quando começamos a ver e a experienciarmo-nos, não meramente como uma personalidade separada que vive a “minha” pequena vida, mas como um cidadão Universal ou expressão da UMA Vida que quer evoluir de modo a que esta UMA Vida desperte e se torne manifesta na Terra. E isso, por seu turno, vai automaticamente irradiar para o exterior causando mudanças positivas nas nossas acções, relações e assim, no mundo. O que mais poderemos fazer que isto? Que maior propósito poderia haver para a vida humana?

Então, a evolução consciente é a descoberta de que a liberdade espiritual não se encontra só no êxtase do Ser intemporal, mas também na urgência extasiante do Tornar-se evolucionário. E é abraçar de todo o coração em especial esta última dimensão que é tão essencial para que algo (incluindo nós!) mude realmente para melhor.

Pete Bampton, Fevereiro 2012

 Este artigo foi gentilmente oferecido por Pete Bampton (Fonte original).



Para aprendar mais ver: Curso Evolução da Consciência



Veja também outros eventos de: Peter Bampton


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